Sabiá-laranjeira - Turdus rufiventri (Vieillot, 1818)
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Ivo Kindel
O sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris) é uma ave comum na América do Sul e o mais conhecido de todos os sabiás, identificado pela cor de ferrugem do ventre e por seu canto melodioso durante o período reprodutivo. É apreciado especialmente no Brasil; segundo Decreto de 3 de outubro de 2002, as comemorações nacionais do Dia da Ave devem se concentrar no sabiá-laranjeira, "símbolo representativo da fauna ornitológica brasileira e considerado popularmente Ave Nacional do Brasil". Já era símbolo do estado de São Paulo desde 1966. É citada por diversos poetas como o pássaro que canta o amor e a primavera. A ave é considerada símbolo da fauna brasileira e Ave Nacional do Brasil por Decreto de 3 de outubro de 2002, e também esteve presente no emblema oficial da Copa das Confederações de 2013, realizada no Brasil.
Habita originalmente florestas abertas e beiras de campos, mas como é uma espécie bastante adaptável penetrou com sucesso nas áreas de lavoura e cidades, exigindo porém a proximidade de água. É visto com frequência percorrendo o solo, mas nunca longe das árvores. É uma ave territorial mas relativamente tímida, e seu canto melodioso, aflautado e frequente logo denuncia sua presença, podendo ser ouvido a mais de 1 km de distância. Seu canto é longo, podendo durar até dois minutos sem interrupção. A frase principal tem de 10 a 15 notas, mas ele é capaz de imitar as vocalizações de outras aves como o curiango e o joão-de-barro e assimilar trechos em seu próprio canto, em inúmeras variações. Canta principalmente no período reprodutivo, antes do amanhecer e ao anoitecer, para atrair a fêmea e demarcar seu território.
O ninho é feito entre setembro e janeiro em arbustos, árvores de folhagem densa e cachos de banana, empregando fibras e gravetos ligadas por um pouco de lama, num formato de tigela funda. Por dentro são revestidos de materiais mais macios como hastes de flores e capim. Põe de 3 a 4 ovos verde-azulados pintados de sépia, que medem 28 x 21 mm. Os filhotes nascem após treze dias de choco, recebendo atenção de ambos os pais. Em três semanas podem deixar o ninho. Cada fêmea choca três vezes por ano e pode gerar até 6 filhotes por temporada. O sabiá-laranjeira pode viver até dez anos na natureza.
Sua nutrição se compõe basicamente de artrópodes, larvas, minhocas e frutas maduras. Pode se tornar um predador importante de sapos e rãs logo que deixam a fase de girino. É um importante dispersor de sementes das espécies frutíferas que consome, pois ou regurgita as sementes em outros locais ou elas saem em suas fezes fertilizantes e com isso se tornam mais aptas à germinação. Como outras espécies de sua família, pode se reunir em bandos mistos que empregam diferentes estratégias para melhorar suas chances de boa alimentação, o que lhe confere uma vantagem adaptativa para ocupação de áreas degradadas e urbanas.
Não há na literatura especializada muitos registros de inimigos naturais do sabiá-laranjeira, mas já foi observado que o tucano Ramphastos dicolorus preda jovens e até exemplares adultos. Em meio urbano o gato doméstico é um importante predador. Em algumas regiões está ameaçado pela destruição do habitat e pelo tráfico de animais silvestres.
Local do registro: Fazenda BUTZKE AGRÍCOLA E FLORESTAL, localidade de São Jacó em Passo Manso, Taió, SC - Brasil.
Referências:
TURDUS RUFIVENTRIS. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Turdus_rufiventris&oldid=42985285>. Acesso em: 2 set. 2015.