Amanita muscaria (Cogumelo)



 
O Amanita muscaria, conhecido como agário-das-moscas ou mata-moscas (em Portugal também como rosalgar, mata-bois ou frades-de-sapo) é um fungo basidiomiceto natural de regiões com clima boreal ou temperado do hemisfério norte.

Possui propriedades psicoativas e alucinógenas em humanos. Segundo o psiquiatra Alfredo Cataldo Neto a literatura especializada aponta principalmente a presença de três componentes ativos, o ácido ibotênico, muscimol e a bufotenina. Este autor ainda aponta que os efeitos do uso deste fungo tem início cerca de 15 minutos após sua ingestão, quando o usuário pode apresentar vertigem, confusão mental, náusea e secura na boca. Este desconforto aos poucos vai dando lugar a um sono leve, no qual a pessoa experimenta visões e imagens oníricas.

O pesquisador Robert Gordon Wasson sugeriu que o cogumelo está associado ao Soma, bebida sagrada dos Vedas, nos mais antigos textos religiosos. A bebida é citada nos hinos do Rigveda, que foi escrito por volta de 1700 a.C. – 1100 a.C., durante o período védico em Punjabe - e havia a presença de tais cogumelos, consumidos pelos xamãs da região. Wasson é o primeiro pesquisador a propor que a forma de intoxicação Védica era de natureza enteogênica.

Amanita muscaria é um cogumelo cosmopolita, nativo de florestas de coníferas e decíduas ao longo das regiões temperadas e boreais do Hemisfério Norte, além de áreas elevadas em latitudes mais quentes como no Indocuche, Mediterrâneo e América Central. Um estudo molecular recente propõe que a espécie teve origem na região da Sibéria-Beríngia no período Terciário, antes de irradiar-se para toda a Ásia, Europa e América do Norte. A temporada de frutificação varia em diferentes climas: a frutificação ocorre no verão e outono na maior parte da América do Norte, mas mais tarde no outono e início do inverno na costa do Pacífico. Esta espécie é frequentemente encontrada em locais semelhantes aos Boletus edulis, e podem aparecer em anéis de fadas. Transmitida com mudas de pinus, que tem sido amplamente transportadas para o hemisfério sul, incluindo a Austrália, Nova Zelândia, sul da África e na América do Sul, onde pode ser encontrado nos estados brasileiros do Paraná e Rio Grande do Sul.

Ecologicamente, é um fungo ectomicorrízico, ou seja, forma uma relação simbiótica com vegetais. A espécie está associada a muitos tipos de árvores, como pinheiros, abetos, bétulas e cedro. Comumente visto sob árvores introduzidas, A. muscaria é o equivalente fúngico de ervas daninhas na Nova Zelândia, Tasmânia e Vitória (Austrália), formando novas associações com a faia do sul (Nothofagus). A espécie também está invadindo uma floresta na Austrália, onde pode ter deslocado espécies nativas. Ela parece estar se espalhando para o norte, com relatórios recentes colocando-a perto de Port Macquarie no litoral norte de New South Wales. Foi registrada com a bétula prata (Betula pendula) em Manjimup, Austrália Ocidental, em 2010. Embora, aparentemente, não tenha se espalhado para áreas com eucaliptos na Austrália, há registro dessa associação em Portugal.

Local do registro: Fazenda BUTZKE AGRÍCOLA E FLORESTAL, localidade de São Jacó em Passo Manso, Taió, SC - Brasil.

Referências:

AMANITA MUSCARIA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Amanita_muscaria&oldid=42847893>. Acesso em: 20 jul. 2015.